quarta-feira, 17 de julho de 2013

"O que vejo, atualmente, e o que não quero ver novamente nesse meu país"

Você já viu a mala velha quando se bate nela para tirar o morfo? É assim que está se sentindo a população brasileira, é assim que se sente a maioria das pessoas que; cansadas de apanhar, cansadas de sentirem, na pele, a dor pela falta de uma saúde digna de um povo simples e trabalhador, o susto diário causado pela insegurança pública, a quase cegueira de uma educação que deseduca e que nos ensina a metodologia equivocada, o dissabor de sentir o cansaço da labuta diária pela falta de um transporte de qualidade, de um trabalho cansativo para, ao fim do mês, ter como gratificação um salário pífio que não faz qualquer justiça ao suor cotidiano derramado pelo trabalhador.
Enquanto isso, corruptos e desonestos, eternos dilapidadores do bem público, aqueles que vivem mamando nas tetas do poder, se locupletam com o dinheiro público e se beneficiam com os favores do poder e ainda, acham que são os poderosos.
Desonestidade nunca foi poder... Eles esquecem o que diz a nossa Carta Magna, em suas sábias linhas quando diz: "Todo poder emana do povo em seu favor, será exercido".
Isso explica a profunda amargura e decepção que passa a nossa brava gente brasileira e para mostrar que tudo que tem um começo tem um fim. Passou a se organizar e a se impor para esse poder que pensa que é forte e que, na realidade, é débil, diante das evidências.
Somente, uma coisa nos mete medo e é bom que tenhamos bastante atenção: temos que nos organizar e não podemos pensar em aproveitar das situações para cometer atos abusivos. Se não tomarmos cuidado para separar o joio do trigo, poderemos correr o risco de passar os pés pelas mãos.
Quando esses, nada puderem fazer para coibir situações incontroláveis, aí há de se pedir ajudas para outras forças, aí, como numa partida de futebol onde um litigantes passa a gostar do jogo. Essas outras forças podem gostar do jogo e se tornarão senhores da situação. Esse é que é o momento de olharmos as coisas e situações com o olhar mais cuidadoso, do guardador, do amado,  do amante, do cidadão na acepção da palavra para que não tenhamos os dissabores de retrocedermos ao passado e ver os anos negros como passou a nossa amada terra brasileira.

Não quero ver as coisas que vi enquanto jovem estudante nos anos 60 e 70. Não quero levar chutes no traseiro como levei nos anos de chumbo só porque houve período que dois estudantes sequer podiam andar juntos ou conversar.
Aqueles que, como eu já rompeu os 60 anos, sabe muito bem no que eu estou falando, sabe o que o poder emana do povo e o sofrer, por menos que seja o tempo do sofrimento, é desse mesmo povo, do nosso povo.
Temos todo o direito de buscarmos a melhoria para a qualidade de vida do nosso povo pois, afinal, unidos jamais seremos vencidos. Disso já temos provas, disso temos certeza, mas temos de ter a devida noção e manifestar com bom senso.
É hora de tomarmos consciência de que podemos conjugar com dignidade o verbo "poder" no presente do indicativo na primeira pessoa do singular e do plural.
E nós, pessoas com deficiência? Onde é que entramos na história? Nós também somos cidadãos, somos pessoas que sentimos, mas que ninguém sente na pela as desventuras, os desmandos, as ações inconsequentes e muitas vezes, tutelar ou como diz o sábio home: "querem passar manteiga nas nossas ventas". Passam sim, se deixarmos. Fazem-no tutelados se deixarmos, mas, ninguém passa por cima de nós se não deixarmos, se não quisermos, se formos capazes de demonstrar a nossa força, o nosso poder de coesão e trazer, com legitimidade, a sociedade civil como nossa parceira.
Como todo cidadão brasileiro, não se impõe e se Deus é brasileiro, eu também sou filho de Deus e tenho o direito de lutar por uma sociedade mais justa e igualitária, onde pessoas possam ter as mesmas oportunidades. E  é por isso e para isso que nós, enquanto militantes, devemos resgatar.
A nossa marcha é uma marcha calada e sorrateira já que somos um exército invisível. Comentou certa vez um político: "se organizados, devidamente, poderemos contribuir decisivamente para fazer o nosso Brasil, um país mais digno para nossos filhos".

Por José Odon Abdon
Presidente da ADEFERN  

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